É muito provável que você já saiba e já conheça a importância de usar filtro solar. Mas será que você conhece a composição do filtro que você compra e usa na pele? É importante, também, se atentar a isso.

Você sabia que algumas substâncias encontradas nos fotoprotetores podem causar danos a saúde humana, e também ao meio ambiente?

Saber não somente o tipo e a marca do produto, mas conhecer a composição, de que maneira ele é feito e, inclusive, quais são as posturas e as políticas da empresa que o colocou no mercado. Mas, antes de saber o que integra a composição dos filtros, vamos saber primeiro os tipos existentes na indústria.

Físico ou químico?

Os protetores podem ser divididos em dois tipos: físicos ou químicos e isso também tem relação com a composição do filtro solar. De maneira simples, o protetor físico é aquele que cria uma camada de proteção na pele, impedindo que os raios solares cheguem até a pele. Ele tem ação quase imediata já que produzem um efeito refletivo. Os filtros físicos são muito recomendados para bebês e crianças. As grávidas também são mais adeptas aos protetores físicos porque os componentes não chegam à corrente sanguínea e, dessa maneira, as chances de alergias e irritações são bem menores.

Já o filtro químico, possui moléculas que absorvem a radiação ultravioleta (altamente energética) transformando-a em radiação de baixa energia. Desta forma, ele cria uma proteção química na camada da pele, reagindo com a radiação solar e bloqueando a sua penetração.

Existem protetores ainda que são físicos e químicos em sua composição absorvendo e também refletindo os raios UV.

Fator de proteção

Já sabemos que há tipos diferentes de filtros solares. Agora, é importante saber também que há fatores diferentes de proteção. Hoje é possível encontrar no mercado fotoprotetores com fator de até 99 FPS!

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a recomendação é utilizar protetores com, no mínimo, fator 30 de proteção. Essa indicação pode variar para mais dependendo do histórico familiar do paciente, do tipo de pele e da exposição que ele tem ao sol, por exemplo. Por isso é necessário acompanhamento de um médico dermatologista.

Além do FPS , que protege contra os raios UVB (burning-queimadura) , responsável pelas queimaduras na pele e que atingem a camada superficial da pele e causam aquele aspecto de vermelhidão e causam câncer de pele. É preciso atentar-se também a proteção PPD que é responsável pela proteção dos raios UVA, responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele e rugas e podem também causar cancer de pele.

No Brasil, os filtros solares são obrigados a oferecer proteção UVA e UVB. O fator de proteção UVB é o fator informado no rótulo. Já o fator de proteção UVA, que geralmente não é informado no rótulo, precisa por lei oferecer em proteção UVA no mínimo 1/3 da proteção UVB.

Além dos raios solares a luz visível/ ou azul também faz mal para a pele. É preciso se proteger da luz produzida por lâmpadas e telas de celulares, computadores etc. Principalmente porque recebemos uma grande incidência delas em ambientes fechados. Essa proteção evita também o fotoenvelhecimento e permite que a pele sofra menos os efeitos do ambiente. Existe também a radiação IV (infravermelho) que é emitida pelo sol ,a exposição direta ao sol converte a radiação IV em calor o que induz ao processo inflamatório e no envelhecimento prematuro da pele. Por isso é necessário verificar se seu fotoprotetor tem proteção contra a radiação IV.

Composição! Fique atento

É importante ficar atento ao rótulo e às informações na embalagem do filtro solar. Alguns trazem listagem com ingredientes e componentes em outro idioma (não em português) e dificultam a compreensão.Hoje, no Brasil, é necessário que todos os ingredientes utilizados na composição dos produtos tenham sido antes testados. As empresas fabricantes também precisam de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de colocarem os produtos à venda.

Apesar dos estudos de eficácia e segurança das composições que são usadas nos filtro solares, estudos recentes mostram que algumas substâncias usadas nos filtros podem ser bioacumuladoras no organismo e causar alterações hormonais. Além de causarem danos aos seres humanos algumas podem causar danos ao nosso ecossistema.

Um estudo americano mostrou que algumas substâncias, contidas nos filtros solares pesquisados, permanecem no organismo depois de dias e que em uma quantidade acima do permitido pela agência reguladora do país, a FDA. Por isso, a agência pediu mais estudos para que as indústrias comprovem se as quantidades são ou não nocivas às pessoas que as utilizam.

Já entre os ingredientes mais comuns dos protetores químicos estão a avobenzona, octinoxato, oxibenzona, homosalato, octisalato e octocrileno. Esses componentes são absorvidos pela pele para proteger o corpo dos raios UVA e UVB. Acontece que, em grande quantidade, eles podem causar alterações hormonais, alergias, irritações, dermatites e até mesmo danos celulares.

Conheça algumas substâncias que causam estes danos:

Família da Benzofenona

Benzofenona-3, oxibenzona, Benzofenona-4, sulisobenzona ácido sulfônico, Benzofenona-5, sulisobenzona sódica,

Família da Cânfora

4-metilbenzilideno cânfora (4-MBC), 3-Benzilideno cânfora (3-BC), Benzilideno cânfora ácido sulfônico, Poliacrilamidometil benzilideno cânfora, Cânfora benzalcônio metossulfato.

Família dos Cinamatos

Octil-metoxicinamato (OMC), Isopentil p-metoxicinamato (IMC), Octocrileno (OC).

Alguns desses itens, como a oxibenzona por exemplo, também são prejudiciais para o meio ambiente. Todos os anos, milhões de toneladas de protetor solar são lançadas ao oceano e destroem a vida marinha e, principalmente, os corais.

Para evitar danos à saúde é primordial o uso de filtro solar, como já vimos desde o início. Contudo, é importante escolher o protetor que seja realmente seguro a saúde humana e do meio ambiente.

Outro cuidado essencial é escolher o filtro de uma marca que tenha comprometimento com a saúde dos clientes e do meio ambiente e, principalmente, que seja transparente quanto à composição dos produtos.

Faça sua parte

Agora que você já conhece mais sobre os tipos, a forma de agir sobre a pele e os componentes do filtro solar, escolha o que se adapta melhor ao seu corpo e atende mais as suas demandas. Ah, e não se esqueça de fazer sempre um acompanhamento com o médico dermatologista e usar outros tipos de proteção como roupas e chapéus e se atentar aos horários de exposição!

Fique atento! Previna-se e curta o verão!